Em novembro, como já é tradição do curso de Biologia da FHO, os alunos do 5º ano realizaram uma viagem para conhecer um dos maiores e mais antigos quilombos do Brasil: o Quilombo Ivaporunduva, localizado no Vale do Ribeira.
A experiência, organizada pela Coordenação de Curso, contou com a participação dos professores Me. Diogenes Rafael de Camargo e Dra. Flávia Marcorin de Oliveira, proporcionou aos estudantes não apenas uma formação prática acadêmica, mas também experiências transformadoras que integram o aprendizado científico e humano.
Segundo o Prof. Diogenes, a visita é uma das mais importantes realizadas pelo curso: ''Este é um momento de imersão na Ecologia e Biologia da Mata Atlântica, mas também na cultura, política e história do povo quilombola, pelo qual nós brasileiros devemos ser gratos e com quem temos uma dívida histórica e impagável. Essa é uma viagem emocionante e repleta de aprendizado, diversidade, cores e sabores - é uma viagem cheia de VIDA!''.
A Profª. Flávia complementa destacando os aspectos vivenciados pelos alunos: ''Os estudantes tiveram a oportunidade de vivenciar o cuidado com a roça da Dona Maria das Dores, de 76 anos, e conhecer o bananal orgânico da comunidade, participando de uma aula sobre Agrofloresta. Essa foi uma experiência transformadora em relação à cultura, questões sociais e ambientais.''
A experiência foi marcante para os estudantes. Gabriel da Silva Guidoti destacou a importância do aprendizado sobre sustentabilidade e resistência quilombola: ''Fomos recebidos com a hospitalidade calorosa da comunidade e ouvimos sobre suas histórias e tradições. Caminhamos pelas trilhas da Mata Atlântica e conhecemos o manejo sustentável dos diversos tipos de cultivos, um momento inspirador que nos mostrou como é possível conciliar preservação ambiental com geração de renda, sobretudo na agricultura de Coivara. Aprendemos sobre a luta histórica dos quilombolas pela regularização de suas terras, um processo que reflete resistência e união. E participamos de uma roda de conversa sobre o turismo comunitário, o que me fez enxergar novas formas de desenvolvimento sustentável. Voltei com mais conhecimento e com uma profunda admiração pela resiliência e sabedoria desse povo'', contou.
A aluna Letícia Moreira Campagnoli também enfatizou o impacto pessoal da viagem: ''O tempo no Quilombo Ivaporunduva corria diferente. Lá, tudo tinha um ritmo mais lento e me desacelerou da correria que estou acostumada, me permitindo apreciar cada detalhe. O ar puro, o canto das arapongas, a cultura dos quilombolas, as trilhas, cavernas e cachoeiras me encantaram, além das histórias, da resiliência, da força, da ancestralidade, da fé e do respeito pela mata daquele povo. Como diz o nosso querido professor e poeta Diogenes ''É vivo aquele que tem estrelas nos olhos''. E aquela família quilombola, mesmo com sua história de luta, carregava constelações e muita alegria. Que possamos aprender com eles a não deixar que as amarguras da vida tirem de nós as nossas estrelas. São momentos efêmeros, mas que se tornam eternos em nossos corações quando o aprendizado é realizado com afeto''.
Av. Dr. Maximiliano Baruto, 500
Jd. Universitário | Araras - SP
CEP: 13607-339