No Dia da Árvore, celebrado em 21 de setembro, a FHO promoveu o plantio simbólico de 50 mudas de espécies nativas na área de preservação próxima ao Córrego Andrezinho, localizado dentro do Campus; e no Bosque Octávio Vecchi do Centro de Formação Profissional da AEHDA/FHO.
A atividade também marcou o início da distribuição de mais de 1.900 mudas de árvores em sistema drive-thru para a comunidade interna e externa, por meio do Projeto Florestar, promovido pela Coordenadoria de Comunidade e Extensão.
Participaram do plantio, o Presidente da Fundação Hermínio Ometto, Sr. Fernando Fernandes Alvares Leite; o Reitor do Centro Universitário, Prof. Dr. José Antonio Mendes; o Pró-reitor de Graduação, Dr. Olavo Raymundo Jr; o Presidente da AEHDA, Sr. José Adilson Bonatto; a Coordenadora de Comunidade e Extensão, Profª Ma. Cristina da Cruz Franchini; o Coordenador do curso de Biologia, Prof. Me. Carlos Signorini; o professor de Biologia, Me. Diogenes Rafael de Camargo; além de alunos de Biologia e funcionários da Instituição.
Na abertura do evento, o Prof. Dr. Mendes ressaltou a alegria de compartilhar este momento com os alunos. ''Hoje estamos aqui, juntos, com as mãos na terra e fazendo algo bom. Em um momento como este, nos lembramos de D. Duse (Presidente do Conselho Superior da Fundação até 2017), a primeira pessoa a plantar uma árvore neste Campus, em 1978, e quem deu início a toda a história de plantio que está embutida no DNA da Instituição. Uma história que passa entre funcionários, professores e chega para vocês, alunos. Hoje estamos realizando um ato simbólico ao plantar uma muda neste solo, especialmente em um momento em que vemos os grandes biomas sendo destruídos. (...) Estamos deixando algo para as gerações futuras. Esse gesto com certeza deixará um mundo melhor para quem vem vindo'', disse ele.
O Presidente da Fundação, Sr. Fernando F.A.Leite, ressaltou a importância do plantio, celebrando também os 119 anos da Festa das Árvores de Araras, considerada o 1º evento ecológico do país. ''Na Semana da Biologia da FHO, ouvi uma coisa fantástica de um dos palestrantes: que nós devemos sair do conceito singular e pequeno de que ''eu sou eu'' e pensarmos no conceito global de ''eu não sou sozinho, eu sou o próprio universo''. E ele usou duas palavras para isso: ''fio'' e ''teia''. ''Fio'' é quando estou sozinho e só olho pra mim. ''Teia'' é quando sou o todo. (...) Em 1902, Araras ganhou sua primeira Festa das Árvores, com um time de peso entre os organizadores. O evento foi grandioso, o Brasil inteiro ficou sabendo, e envolveu a elite, juntamente com os cientistas, artistas e biólogos, que trouxeram o espírito de teia para ela. Os estudantes de Araras plantaram 500 mudas, que eu acredito terem sido o início de uma teia. (...) Em cada muda que plantamos, temos um fio ligado ao espírito daquela festa e que serve como mais uma contribuição para ampliar essa teia que hoje cobre o Brasil inteiro. No Dia da Árvore, se cada município brasileiro plantar uma árvore, teremos 5.600 árvores. Se cada escola brasileira plantar uma muda, teremos 200 mil árvores. Quanto isso representa para restabelecer aquilo que existia? Quando essa equação vai mudar? Um dia essa situação vai ser revertida. Ela não vai chegar àquele equilíbrio inicial, mas haverá um equilíbrio e nós estamos contribuindo para isso'', comentou.
Seguindo as atividades de abertura do evento, os alunos, professores, funcionários e convidados seguiram para o segundo plantio, realizado em celebração a inauguração do Bosque Octávio Vecchi do Centro de Formação Profissional da AEHDA/FHO. ''Tudo o que estamos fazendo hoje e o que fizemos nos últimos 100 anos, nos remete a Festa das Árvores de Araras. Apesar de não ter presenciado a festa, Octávio Vecchi assimilou essa consciência ecológica, dentro da política dos hortos florestais da Companhia Paulista e em outros cargos que ocupou. Octávio Vecchi trabalhou e viveu aqui e teve uma vida inteira ligada ao meio ambiente. Então hoje prestamos uma homenagem a ele, com um plantio simbólico dentro do Projeto Florestar da FHO e da AEHDA para inaugurarmos este bosque'', comentou o Sr. Fernando.
O Presidente da AEHDA (Associação de Educação do Homem de Amanhã), Adilson Bonatto agradeceu a presença de todos no evento. ''Fico feliz por estar aqui hoje. A AEHDA, juntamente com a FHO, formam esta teia. Estamos continuando o nosso trabalho neste dia muito importante e que consolida, mais uma vez, essa parceria. Que essa data se repita todo ano, em um projeto contínuo, e esse evento fique para sempre na memória de vocês'', disse ele.
Para o Prof. Dr. Mendes, ''a AEHDA sempre foi reconhecida na cidade, pelo comprometimento e responsabilidade social que tem e sempre esteve muito ligada também à questão ambiental. Octávio Vecchi se preocupava muito com a questão ambiental e trabalhou muito por isso. (...) E o Projeto Florestar é a semente que estamos plantando de hoje em diante para incentivarmos o plantio de árvores junto à comunidade. O que essas pessoas fizeram no passado, nós estamos agora reproduzindo aqui, deixando nossa mudinha e contribuição''.
Octávio Felix Rabello de Andrade Vecchi (1878-1932) formou-se engenheiro agrônomo pelo Instituto Superior de Agronomia em Lisboa, em 1902. Chegou ao Brasil em 1911 a convite de Edmundo Navarro de Andrade, então diretor do Serviço Florestal da Companhia Paulista de Estradas de Ferro. Era exímio desenhista, projetista, entomólogo, colecionador de insetos e fotógrafo e foi autor de várias publicações.
Nas relações pessoais, casou-se com Serafita Afonseca Miranda de Azevedo, irmã de Edmundo Navarro de Andrade, em 1917.
Desde a sua chegada até 1927, trabalhou no Serviço Florestal da Companhia Paulista de Estradas de Ferro. Entre as funções que desempenhou, foi nomeado em 1918 diretor do Horto Florestal de Loreto, localizado no município de Araras, onde demonstrou suas qualidades de organizador e cientista no ramo de sua especialidade, a silvicultura. No Horto de Loreto estabeleceu residência com sua família e realizou estudos e reuniu uma coleção de amostras de madeiras, era o embrião do Museu Florestal.
Em dezembro de 1927, naturalizou-se brasileiro, ano em que foi admitido como Diretor Geral do Serviço Florestal do Estado de São Paulo pelo então secretário da Agricultura, Fernando Costa (1886-1946). Durante a gestão, incentivou o reflorestamento e a arborização da capital e do interior.
Organizou uma coleção das árvores de São Paulo e o Museu Florestal, onde é possível apreciar ''em peças'' em cada espécie, com a respectiva classificação, desde a semente até a madeira já trabalhada. Em sua homenagem, a espécie arbórea de nome popular Louveira, quando catalogada por Frederico Carlos Hoehne, recebeu o nome de Cyclolobium Vechii.
Por intermédio do Decreto nº 18.304, de 18/09/1948, o governador Adhemar de Barros nomeou o museu que criou no Horto Florestal de São Paulo (atualmente denominado Parque Estadual Alberto Löfgren) de Museu Florestal Octávio Vecchi.
Fonte: Instituto Florestal
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