Em parceria com a Secretaria Municipal de Educação, foram avaliadas mais de 1.800 crianças, de cinco a 12 anos.
Um Projeto de pesquisa realizado pelo Mestrado Profissional em Odontologia da FHO|Fundação Hermínio Ometto, em parceria com a Secretaria Municipal de Educação de Araras, promoveu o levantamento epidemiológico da saúde bucal de crianças em idade escolar do município. No período de 2016 a 2020, mais de 1.800 crianças, entre cinco e 12 anos de idade, foram avaliadas, abrangendo todas as escolas públicas de Araras, da zona urbana e rural.
O trabalho foi realizado dentro do Projeto ''Epidemiologia em Ortodontia'', sob a coordenação da Profª Dra. Silvia Amélia Scudeler Vedovello. A equipe de trabalho contou com professores e alunos do Programa e 27 alunos de graduação em Odontologia em período de iniciação científica (não bolsistas e bolsistas PIC/FHO e PIBIC/CNPq).
Todos os resultados obtidos foram entregues à Prefeitura Municipal de Araras em um Relatório Técnico Conclusivo, com o objetivo de colaborar com o planejamento de políticas públicas de saúde do município. Além dos dados, o relatório contém orientações sobre as faixas etárias que têm prioridade no tratamento e quais são as condições que precisam ser tratadas precocemente. ''O que observamos por dados preliminares é que a necessidade de tratamento ortodôntico é influenciada por fatores contextuais e de qualidade de vida relacionada à saúde bucal, com diferenças importantes relacionadas à faixa etária e a condição socioeconômica das famílias. Apesar das dificuldades impostas pela pandemia, o projeto continua e as crianças estão sendo avaliadas longitudinalmente. Neste sentido, o próximo passo é melhorar a organização da demanda dos atendimentos clínicos e oferecer a integralidade do tratamento ao setor público, proporcionando um real impacto social e econômico para a comunidade de Araras'', comentou a Profª Dra. Silvia Vedovello.
Além da relevância clínica e social, a pesquisa também tem ganhado impacto na comunidade científica por destacar a importância do diagnóstico precoce da má oclusão com dados epidemiológicos inéditos de crianças entre oito e dez anos, na dentadura mista. ''A Organização Mundial da Saúde só preconiza a avaliação de crianças de cinco e 12 anos, idades índice de dentição. Mas esta faixa etária intermediária, de transição da dentição, é o período em que a ortodontia tem mais resultado e onde a grande maioria dos procedimentos podem ser feitos, reduzindo, muitas vezes, a gravidade do problema a ser tratado depois, na fase de dentadura permanente. A avaliação da prevalência da má oclusão nesta fase é essencial para conhecer as necessidades desta população e traçarmos as ações de prevenção e tratamento ortodôntico necessárias,'' explicou.
Com os dados coletados, foi possível observar que cerca de 30% das crianças analisadas apresentaram má oclusão, o que pode ser indicativo de hábitos bucais como, por exemplo, o uso prolongado de chupeta e a sucção do dedo e mamadeira. Além disso, a pesquisa também apresenta dados contextuais relacionados à condição socioeconômica e demográfica das crianças e aos fatores psicossociais de qualidade de vida e impacto estético do problema.
Os resultados do estudo que inclui a população de cinco a 12 anos geraram produção técnico científica pioneira na literatura odontológica mundial, vinculada à linha de pesquisa ''Epidemiologia, aspectos clínicos e ambientes associados ao desenvolvimento da oclusão''. Até o início de julho foram:
Fotos tiradas antes da pandemia de Covid-19.
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