Segunda-Feira - 23 de maio de 2016
Ex-aluno de Biologia escreve poema saudoso sobre os anos de faculdade

O ex-aluno do curso de Biologia da FHO|Uniararas, Diogenes Rafael de Camargo, enviou recentemente uma demonstração saudosa de agradecimento e carinho pelas experiências vividas durante a graduação, através de um poema. A ideia do material surgiu através da necessidade da elaboração dos agradecimentos de sua dissertação de mestrado, que o profissional irá defender em alguns meses. "Acabei me inspirando e escrevi um modesto poema sobre a época que estudei Biologia na Instituição e a falta que a FHO|Uniararas me faz", contou.

Confira abaixo o poema completo. Afinal, como disse Diogenes, poesias são sempre bem-vindas em nossa vida:

Saudades da Biologia!



Ai que saudades do verde
Do mato
Enquanto morro
Montanhas, céus e mares
Saudades do cheiro da seiva
Do pragmatismo
Do preservacionismo
Da ingenuidade
Da bússola de mão que vai mudar o mundo.
Que saudades da tentativa de práxis
Sem saber quem foi Karl Marx
Que saudade da Biologia
Daqueles dias
Dos sorrisos, das mãos com calos
Das manhãs
De covas abertas e do positivismo ambiental
Saudades daquela inocência acadêmica
Saudades dos sonhos e das meias coloridas de outrora
Saudades da bebida, do violão, do vegetarianismo
Saudades de carpir o mato e sentir o cheiro
Saudades de plantar a muda
Da contemplação
Da manhãzinha ecológica e do café.
Saudades de "meter a mão na massa"
Saudades do aceiro, do formigueiro
Da Fenomenologia, que não sabíamos "qual seja"
Saudades do trabalho
Dos sorrisos e dos amigos
Saudades das perneiras
Do Manguezal
Do Costão rochoso
Da Restinga
Alta
Baixa
Dossel
Do céu
Doce céu
Saudades do Léo
Leonardo Boff
Do Teatro do Absurdo
De Eugène Ionesco
E o que temos para hoje?
Que absurdo!
Hoje estou Oprimido.
Como está mudado,
Como estou mudado!
Ai que saudades do brilho nos olhos,
Do "Primeiro Ato"
Saudade do rato (que não matei! Ainda bem!)
Da escola do campo
Da Mata Atlântica
Da Fitoterapia
Saudades da coroa
Da parcela
Regar a muda
Tirar o carrapicho da roupa
Armadilha para enganar formigas cortadeiras
Ai que saudade das brincadeiras!
Saudades...
Das plântulas
Do merostomata, do baiacu e do celacanto
Do meu canto
E do canto dos pássaros
Sabiá laranjeira
Saudade das néfilas e suas obras de arte
Sinto falta da lagarta da couve e do opilião
Na minha opinião
Analândia não tem mais
Tudo está acabado
Os calos a mão já não tem
O verde agora é vermelho, sangue!
Aquele teredo ninguém mais sabe quem foi
Até dos mosquitos-pólvora da Ilha do Cardoso
Me recordo saudoso
E hoje que não sobraram marcas?
E tudo o que sei dizer é:
"Segundo fulano de tal..."
Roubaram as lentes de meus óculos... Perdi meus óculos.
Na perspectiva de quem?
Crítico? Filosófico?
Quem dera?
Quem dera fosse verde!
Hoje
Materialista de mais.
Ai que saudade das madrugadas em claro
Sonhando com Rio Claro...
Saudades do rio escuro, das brumas no rio eutrofizado
De manhãzinha
Feliz pelo dia que viria
Verde novamente (ver-te novamente, sentir...)
Com paixão platônica e tudo
Amarílis, Acácia, Cattleya, Euglêna e maria-sem-vergonha...
Onde estão os animais taxidermizados?
Os vaga-lumes do arboreto...
Fumando um cigarro e ouvindo as cigarras...
Onde estão aqueles meninos pragmatas?
Ai que saudades do cheiro do formol!
Quem dera trilhar aquele caminho novamente
Pisotear o barro e rachar a pele ao sol.
Ai como eu odeio ar condicionado!
Cadê as cores do verde?
Cadê o cheiro de mato?
Cadê meu sapato?
Preciso desatar o nó da gravata,
Que me sufoca!
Tenho um nó na garganta!


(Diogenes Rafael de Camargo)

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