Sexta-Feira - 02 de outubro de 2015
Rondonistas relatam suas experiências na Operação Itacaiúnas, realizada no Pará

Eles já estão de volta às atividades acadêmicas, mas as lembranças e experiências adquiridas na última edição do Projeto Rondon, iniciada em 16 de julho deste ano, terão para sempre um lugar especial em suas vidas. Amanda, Daiane, Jéssica, Leonardo, Lilian, Luana, Nathália e Victor representaram a FHO|Uniararas na Operação Itacaiúnas, acompanhados dos professores da Instituição, Alan Ribeiro dos Reis e Vandenilson José Zorél.

O Projeto Rondon é um programa de integração social coordenado pelo Ministério da Defesa com o intuito de envolver a participação voluntária de estudantes universitários, buscando soluções que contribuam para o desenvolvimento sustentável de comunidades pobres e ampliem o bem estar da população, promovendo a integração de culturas e a troca de experiências entre comunidade e universitários.

Na última edição do Programa, nossos alunos foram recepcionados pelo 52° Batalhão de Infantaria de Selva na cidade de Marabá (PA), onde ocorreram as solenidades de abertura e encerramento da Operação e o treinamento de sobrevivência na selva, proporcionando adaptação ao clima da região. Em seguida, partiram para Nova Ipixuna (PA) - município de 15.632 habitantes (IBGE 2014) e IDH 0,581, que tem como principal renda a agropecuária - onde iniciaram as atividades da Operação. "As atividades foram um sucesso de público, com média de 50 pessoas por oficina, devido ao apoio recebido pela administração pública. Durante o período em que estivemos na cidade, realizamos 16 oficinas, abordando diversos assuntos nas áreas da Comunicação, Tecnologia e Produção e Meio Ambiente e Trabalho", contou o professor Zorél. "Os alunos da FHO|Uniararas fizeram também uma parceria com CRAS da cidade e construíram uma Horta Comunitária, que será utilizada por mais de 40 famílias, e uma Fossa Biodigestora, que será utilizada por cerca de 100 pessoas", afirmou.

No último dia de atividades na cidade os rondonistas foram homenageados pela população local, que ensinou a dança local "Carimbó" e proporcionou aos alunos um coquetel com comidas típicas da região. "A despedida da comunidade ficará marcada em cada um deles, mostrando que a nossa missão foi cumprida com sucesso. Todos retornaram para casa com novas experiências adquiridas e recordações que ficarão guardadas para sempre em suas fotos e memórias", disse Zorél.

Na última quinta-feira, 03 de setembro, a equipe foi recebida com muito orgulho e alegria pela Presidente do Conselho Superior da Fundação Hermínio Ometto, Dra. Duse Rüegger Ometto; o Reitor da Instituição, Prof. Dr. José Antonio Mendes e a Coordenadora de Comunidade e Extensão, Profª Ms. Cristina da Cruz Franchini para compartilharem suas experiências.

Vídeo de Encerramento da Operação:
Vídeo - Youtube

Confira o depoimento dos rondonistas da Operação Itacaiúnas:

"O Projeto Rondon é indescritível. Posso tentar colocar em palavras alguns pontos ou detalhes, mas a riqueza cultural, a troca de experiências, as vivências, o trabalho em equipe e o crescimento individual são sensações únicas e extraordinárias! Nos inscrevemos com o intuito de fazermos a diferença e no final descobrimos que ensinamos, mas não tanto quanto aprendemos com eles".

Jéssica Neile
(Enfermagem)

"O Rondon é imensurável. Se eu colocasse as palavras mais belas aqui não conseguiria descrevê-lo. Para mim o Projeto foi uma família e a oportunidade de amadurecimento, troca de experiências, união, afeto e companheirismo. Através dele enxerguei o outro lado da vida e aprendi a dar valor a um simples banho de água quente ou até mesmo o conforto de casa. Foi a realização de um sonho e serei eternamente grata por cada experiência vivida".

Lilian Michele dos Santos
(Odontologia)

"O Projeto Rondon foi uma experiência única e muito intensa. Independente da área de graduação, todas têm algo em comum: o fator humano. Assim, o Projeto ofereceu a oportunidade de conhecer e conviver com pessoas de pensamentos completamente diferentes dos meus. É durante a viagem à caminho da Operação é que você se dá conta de que vai encarar o desafio que foi proposto; sendo que para isso você se organizou e se preparou muito antes. A surpresa fica por conta da primeira atividade que você realiza com a população local, é o momento que os imprevistos acontecem; aí você percebe que sozinho não é possível realizar um bom trabalho. O espirito de equipe é trabalhado a todo momento durante o Projeto Rondon. Vamos preparados para ensinar, mas na verdade aprendemos muito mais do que esperamos ou vemos nos livros".

Victor Pierobon Ferreira dos Passos
(Engenharia da Computação)

"Participar do Projeto Rondon foi repensar minha própria vida, minha rotina, minha relação com as pessoas, com o mundo, comigo mesma, com a política e com o meio ambiente. Conhecer o Brasil que está além dos livros foi conhecer mais do que outra cultura, outra dança, outra música e outros alimentos, foi conhecer acolhimento, carinho, gratidão, gentileza e pertencimento, de uma forma nunca antes vivida. Lacunas antes não percebidas em minha própria existência foram preenchidas inesperadamente. Ao final das capacitações que participei eu disse, e aqui repito: algumas vezes nos chamavam professores, mas meu sentimento era muito mais o de aluna. A população nos ensina muito, e é preciso estar aberto para aprender com eles. Por outro lado ouvir, ao final de tudo, palavras de agradecimento e de como o que fizemos foi importante é inexplicável. A emoção de despedida mostra como o carinho foi real e as mensagens posteriores demonstram que algo ficou não só para nós, rondonistas. Todo o processo foi repleto de uma troca de conhecimento e de afeto que eu não mudaria por nada, culminando em uma vivência no sentido pleno da palavra que fez toda a diferença em minha formação profissional e pessoal".

Nathália Drago Ribeiro
(Psicologia)

"O trabalho árduo reflete nos sorrisos que encontramos ao longo do Rondon. A experiência que nos foi proporcionada mostrou que um simples "obrigado" já é o suficiente para sabermos que a nossa missão foi cumprida. Estar em contato com as pessoas e a natureza foi uma oportunidade única concedida pelo Projeto. Apesar do amontoado de emoções que se passaram lá, senti o aperto no coração de ir embora. Só tenho a agradecer a experiência e as pessoas que confiaram em nós, nos deixaram passar o nosso conhecimento e nos ensinaram coisas novas. A experiência foi imensurável e indescritível. Uma vez Rondonista, sempre Rondonista".

Luana Piologo Mayese
(Educação Física)

"Creio que o Rondon foi uma das experiências mais incríveis da minha vida, se não a melhor! Participar desse projeto fez com que eu visse outras realidades em nosso país, na qual acreditava que não estivesse tão próxima, mas também pude presenciar momentos incríveis, com pessoas maravilhosas, que levarei para o resto da minha vida. Todo o carinho, respeito, atenção e amizade da população, além da sensação incrível que eu sentia todos os dias ao lado deles, sei que jamais sentirei em lugar algum. Todas as minhas expectativas foram superadas nesses 17 dias que passei em Nova Ipixuna. Fui passar o que sabia, mas voltei sabendo muito mais, além de ter me tornado muito mais humana. E o sentimento de dever cumprido e gratidão ficarão sempre em meu coração. Uma vez rondonista sempre rondonista! Só tenho a agradecer pela oportunidade e dizer que valeu a pena cada dia vivido nessa operação!".

Daiane de Cássia Simões
(Odontologia)

"Muitos afirmam que o Projeto Rondon não é capaz de ser explicado, mas eu não concordo inteiramente com essa afirmação. O Projeto Rondon é incapaz de ser compreendido em sua integridade como qualquer experiência na vida de um grupo de pessoas, mas pode ser definido, e essa definição é o que torna ele mais incrível. Na minha opinião o Projeto Rondon é definido com uma única palavra: CAMARADAGEM. Escolhi essa palavra pelo simples fato de que ela carrega consigo o que, para mim, é todo esse projeto: 1. Convivência entre companheiros. 2. Solidariedade ou amizade entre colegas. (Definição presente no Dicionário Priberam de a Língua Portuguesa).

O espírito da camaradagem se inicia logo nos primeiros momentos em que você se torna um Rondonista. A priori, entre você e sua própria equipe, você passa a conhecê-la e a criar os primeiros laços que, no decorrer dos encontros aos sábados, vão se tornando mais próximos. Eis que chega o momento da viagem e é nesse instante em que passa a ser percebido quem de fato precisará de mais atenção e mais carinho no tratamento e quem está se sentindo a vontade com a partida, podendo assim um acolher ao outro. O tempo passa e essa camaradagem vai contaminando não apenas os rondonistas, mas a própria população do local da Operação, que passa a ver você como um ente querido por eles, lhes mostrando um carinho que ninguém de cidade grande é capaz de ter sentido. E que trás junto um respeito e uma alegria sem igual, uma admiração e até certo receio do esquecimento, pois eles não nos esquecerão. Eles sim carregam o espírito da camaradagem em sua existência e isso é aquilo que mais falta na sociedade de hoje.

Muitos afirmam que mais se aprende com o Rondon do que se ensina, e infelizmente, também terei que discordar. Há uma igualdade nessa troca, assim como em todos os momentos de convivência. Porém, creio que o choque para alguém aqui da agitada e cansativa vida urbana - aqui parafraseando Nathália Ribeiro durante a Operação:" Nós somos carentes; vivemos vidas sem qualquer sentido ou com objetivos mesquinhos e superficiais; deixamos de aproveitar os singelos prazeres da vida e aos poucos perdemos a humildade de saber que nada sabemos sobre a vida e que sim, devemos ter toda a curiosidade para aprender e, principalmente, fazer bom uso daquilo que aprendemos".

Quanto aos ensinamentos que levamos para a população eu não posso afirmar nada, mas o simples brilho no olhar que conseguimos trazer já faz tudo valer a pena. Eu sou extremamente crente na ideia de efeito dominó. Se eu conseguir tocar três pessoas que leram isso e as convencer de que o Projeto Rondon é capaz de muda-las, assim como dar os primeiros passos para a melhoria de todo o país, eu acredito que cada uma dessas pessoas tocará outras três, e assim por diante".

Amanda Pissinatti Canelli
(Biomedicina)

"O Projeto Rondon foi para mim a vivência de um grande acampamento mesclado com uma atividade científico-social. Um grande acampamento, pois, como escoteiro que sou, saímos em um grupo disposto a conviver e coexistir, sabendo que poderiam acontecer alguns intercorrentes. Mesmo preparados para eles, outros mais ocorreram, e tivemos que lidar com eles em grupo. E uma atividade científico-social, pois, de um lado tivemos de criar ciência de temas que estavam completamente fora de nossa alçada e, mesmo quando próximos, necessitamos buscar conhecimento extra para enriquecer ao máximo aquilo que passaríamos a toda uma comunidade. Afinal fomos, mesmo que por um breve período, responsáveis por tudo o que a comunidade aprenderia. Por outro lado também participamos de uma atividade social já que fomos a uma cidade que nunca esteve carente (ao meu ponto de vista), mas que nos ajudou a entender que a sociedade é capaz de transformar a vida, a ponto de se espantar com situações que fogem à rotina. Se havia falta de algo naquela cidade que fosse de conversa e entendimento, e que possamos ter sanado isso da melhor forma possível, porque tenho certeza que toda e qualquer carência nos foi excluída.

Tive o privilégio de conseguir sentir o Rondon desde o primeiro dia na cidade e, mais privilegiado ainda, por conseguir fazer outra pessoa encontrar essa sensibilidade dentro de si. Depois que você consegue mergulhar de cabeça nesse projeto é impossível voltar atrás e se eu me arrependo de algo é de não ter visto que a correnteza estava muito forte e o projeto passaria muito rápido. Se algo ficou para trás sem ser visto - e com certeza ficou, que tenham sido as melhores coisas, para que isso só traga a curiosidade de se jogar novamente nesse Projeto.

Pude perceber conversando com uma amiga que o Rondon pode sim ser explicado para qualquer um - assim como tento fazer nesse depoimento - mas essa pessoa nunca vai poder viver ou entender aquilo que você viveu. Só você viveu aquilo e, da mesma forma, isso só aconteceu por que você mereceu vive-lo. Por mais que seja difícil de aceitar "cada um tem aquilo que merece" porque você "só pensa as coisas que pensa, pois está no lugar onde está".

De um modo geral vejo essa época como uma das mais bem vividas até hoje. E por assim ter sido só consigo agradecer de todo o meu coração e de toda a minha alma pela oportunidade de ter estado lá e de poder me lembrar de todos os momentos".

Leonardo Bagne
(Biomedicina)

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