Segunda-Feira - 08 de setembro de 2014
Rondonistas da FHO|Uniararas compartilham experiências vividas na Operação Catopê

Não faltam boas lembranças para nossas alunas! Ainda comemorando a experiência vivida durante a Operação Catopê, da qual participaram entre os dias 20 de julho e 04 de agosto, três integrantes do grupo enviado para o Projeto Rondon - programa coordenado pelo Ministério da Defesa - nos contaram sobre as atividades realizadas junto à população local de Coração de Jesus, Minas Gerais.

Envolvendo 13 municípios e tendo como Centro Regional a cidade de Montes Claros (MG), a Operação Catopê durou cerca de quinze dias, sendo os dois primeiros destinados à concentração, cerimônia de abertura, ambientação dos rondonistas, deslocamento das equipes para os municípios e instalação, e os dois últimos reservados para o encerramento da operação e o retorno às cidades de origem.

Durante este período, as alunas Ana Paula Valverde (Biomedicina), Bruna Carolina Carnevalli (Ciências Contábeis), Bruna Rafaela Esporta Fernandes (Educação Física), Fernanda Muzy Teixeira (Fisioterapia), Janaína Pereira Silva (Pedagogia), Miriane Cristina Bortoluzo da Silva (Psicologia), Thamy Leticia Marques Fiorio (Estética) e Úrsula Virgínia Pereira (Educação Física), acompanhadas do professor Vandenilson José Zorél, realizaram trabalhos nas áreas de Saúde, Educação, Meio Ambiente e Ecoturismo.

De acordo com Zorél, o que sempre chama atenção durante as Operações é a hospitalidade da população local e em Coração de Jesus isso não foi diferente. "A cidade se mostrou um lugar calmo e aconchegante para se viver, onde o cerrado é predominante e a agricultura muito desenvolvida, fazendo com que o IDH (0,687) seja uns dos mais altos em comparação com as outras cidades onde a FHO|Uniararas desenvolveu o Projeto Rondon", comentou.

Confira a seguir o depoimento do professor e das alunas Ana Paula Valverde, Janaina Silva e Bruna Carnevalli.

Alguma particularidade da cidade ou da população surpreendeu vocês?

Prof. Zorél - A população tem o costume de produzir o próprio alimento - através de cultivo em hortas e criação de galinhas, por exemplo - o que é um diferencial, considerando que na maioria das cidades são poucos os que ainda fazem isso, optando por alimentos industrializados de acesso mais fácil, mas nem sempre saudáveis.

Ana Paula Valverde - Os moradores das comunidades são extremamente receptivos às novas pessoas e aos novos conhecimentos. Apesar da situação em que vivem, são pessoas esforçadas e de bem com a vida.

Bruna Carnevalli - A cidade tem um potencial turístico muito grande e muitas particularidades que poderiam ser exploradas, mas eles não aproveitam essa beleza natural. Percebemos também que há um incentivo rural muito grande e que a maioria dos produtores rurais recebe auxílio dos programas de incentivo.

Tiveram alguma dificuldade durante a Operação?

Prof. Zorél - Essa foi uma das Operações mais tranquilas quando comparamos alimentação, hospedagem e segurança. Nossa dificuldade foi em relação à falta de divulgação do Projeto pela Prefeitura, o que fez com que não conseguíssemos atingir todo o público alvo do Projeto Rondon, levando mais tempo na divulgação das atividades.

Bruna Carnevalli - O fato de termos alterado toda a programação planejada durante os seis meses foi difícil. Tivemos que reorganizar as capacitações e repensar maneiras de trabalhar com públicos diferentes, de modo que todos entendessem nosso recado. Mas ficar longe da família foi o ponto mais difícil de toda a Operação. Sentimos muita falta de coisas que não damos valor em casa.

O que foi mais gratificante, para você, nessa experiência?

Prof. Zorél - Sempre que participo do Projeto Rondon o que me marca é ver no rosto da população o agradecimento por termos passado um tempo na cidade. Nós fazemos tão pouco em comparação às necessidades da realidade local e, mesmo assim, eles fazem festas de agradecimento e choram quando vamos embora. Ver um povo que não tem quase nada ficar orgulhoso de poder dividir o pouco que tem conosco é marcante, afinal, muitas vezes reclamamos, sendo que temos muito mais do que precisamos e nem sempre dividimos com os outros.

Janaina Silva - A experiência e o aprendizado que pude vivenciar na prática e as lembranças marcantes em relação à humildade e caridade encontrada em cada morador que nos acolheu de braços abertos. Tudo foi feito com carinho, pensando em melhorias para cada um.

Bruna Carnevalli - Conheci pessoas incríveis durante a Operação, que, mesmo de longe, fazem parte de uma mudança em minha vida. Vivenciei coisas que não terei outra oportunidade e fiz questão de aproveitar ao máximo. Fui embora com a sensação de que conheci a verdadeira realidade do país e que ela pode ser mudada.

Entre a população de Coração de Jesus, de cerca de 26 mil habitantes, quais as principais necessidades identificadas por vocês?

Ana Paula Valverde - Falta da coleta de lixo, de tratamento da água e esgoto, da utilização adequada das boas estruturas presentes no município, de uma assistência social efetiva, principalmente nas escolas, além da não utilização das belezas e atrações da cidade para fomentar o turismo na região.

Janaina Silva - A falta de saneamento básico para população e o descaso com a qualidade da água oferecida. Pelas doenças detectadas, muito tem a ser melhorado nesta área. O Projeto Rondon foi o início e a pequena luz para estas mudanças começarem a ocorrer.

Bruna Carnevalli - A água é uma questão delicada na cidade, principalmente em se tratando das comunidades. A água vem de poços ou da nascente e é consumida sem nenhum tipo de tratamento. Pudemos perceber que o lixo é praticamente todo queimado, normalmente em terrenos vazios, mas a fumaça afeta as casas e escolas que estão ao redor. Visitamos algumas escolas e o IDEB era de 4,7. Na hora de conversar com os alunos, percebemos que a maioria não pretende continuar estudando e que ainda falta muito incentivo nessa área.

Que tipo de atividades foram realizadas junto a população local?

Prof. Zorél - Trabalhamos principalmente Educação Ambiental e Ecoturismo, já que esta é a cidade onde foi encontrado o primeiro fóssil de dinossauro brasileiro, e tentamos fazer com que transformem isso em fonte de renda. Trabalhamos também programas de incentivo à Agricultura Sustentável e formas alternativas de tratamento de esgoto, como Fossa Biodegestora e de Evapotranspiração.

Bruna Carnevalli - Realizamos diversas atividades com a população. Na Oficina de Maquiagem pudemos perceber quão interessadas as mulheres da cidade eram sobre esse assunto. Realizamos também um bate-papo com dez barraqueiros da cidade que estavam interessados em montar uma associação e acredito que os ajudamos muito com os dados que levamos. Organizamos também um Sábado Cultural no local onde ficamos alojados, com atividades como Dança, Pintura Facial, Oficina de Maquiagem, Oficina de Artesanato e Esportes Coletivos. Conseguimos também montar uma horta suspensa, refazer a horta comunitária e criar um local para a compostagem na escola onde nos alojamos, com ajuda dos próprios alunos. Mas acredito que a atividade mais impactante para mim foi a visita às comunidades, quando íamos de casa em casa conversar com a população e explicar sobre os diversos tipos de fossa, como aproveitar o sol e o clorador de água.

Como foi a integração e convivência de vocês durante esse tempo?

Zorél - Foi uma equipe formada apenas por mulheres e a principal característica delas foi a união, que fez com que ninguém desanimasse. Cada uma desenvolveu com eficiência a sua função e quando foi necessário substituir uma colega fizeram sem medo, afinal, todas sabiam o que cada uma iria fazer e o fizeram pensando no sucesso da Operação.

Bruna Carnevalli - Acredito que todo mundo pensou que iríamos ter alguns conflitos, já que éramos oito mulheres! Mas acabou sendo melhor do que imaginávamos. Encontramos umas nas outras o apoio que precisávamos para seguir em frente com a Operação. Construímos uma nova família durante o Projeto.

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